TOUR REPORT | MAHATMA GANGUE

SUDESTE SURF TRIP

Quinta-feira, 08 de outubro | Finalmente chegou a hora de irmos. Depois do famigerado roteiro turista punk cearense, de Mata Gato ao Castelinho. Mais ou menos 23:00 horas Macarrão nos deixa no aeroporto de Fortaleza, no qual iríamos pegar o avião rumo ao Galeão no Rio de Janeiro. Ficamos jogando conversa fora e fizemos alguns vídeos, até dar 1 da manhã, e levantarmos vôo. Chegamos ao Rio ás 5:30, lá nos esperava Gustavo com um sorriso que nos levou debaixo de chuva direto para a casa de Andrei em Copacabana. Chegamos lá e o acordamos. O café da manhã foi digno, como sempre é na casa do Andrei e é claro que tinha pasta de amendoim, dessa vez nacional. Tínhamos um dia de vagabundagem até o primeiro show. Infelizmente esse dia foi de chuva. Fomos ao Arpoador e ensopados, com frio e na beira mar assistimos alguns surfistas de todas as partes do mundo treinando para o campeonato mundial que deveria estar acontecendo naquela hora se não fosse à chuva. À noite saímos para comer numa pizzaria e nos encontramos com os Renegades of Punk.



Sexta-feira, 09 de outubro | Dia também chuvoso, saímos para darmos um “rolé” no bonde de Santa Thereza, que justamente por causa da chuva estava interditado. Farofa, Pedro, Gustavo, Klebinho, Clau, Fabrício Madeira e eu, saímos tristes e desolados depois de 4 horas de espera, Pizzaquê e suecas perdidas (Mulheres da Suécia e não o jogo). À noite depois de um dos melhores almoços de nossas vidas no refeitório orgânico, fomos para a Audio Rebel em Botafogo. Abrimos o Show por que Renzo da Micareta Reich estava preso no trânsito, depois tocaram Renegades of Punk, Micareta Reich e Os Estudantes, que fora o Fuzzfaces, era a banda que eu estava mais ansiosa pra ver. Os shows foram legais apesar do som meio ruim e platéia parada, até começar Os Estudantes que todo mundo começou a pular, rodar e cantar. Tiveram que cortar o repertório, mais foi “o show”. Depois foi uma madrugada de batata-frita e conversas ao vento entre cariocas e capixabas.

Sábado, 10 de outubro | Logo cedo apreensão no trânsito carioca rumo a Rodoviária Novo Rio, por instantes não perderíamos o ônibus e junto com ele um investimento pesado. Mas chegamos a tempo e pegamos o ônibus para São Paulo. Cidade formigueiro, gente para todos os lados, um skinhead sharp chegou perto da gente pra trocar idéia, viu que pelo nosso visual éramos punks, segundo ele. Esperamos o nosso guia Xopô um tempo mais e depois de mais conexões de metrô a metrô, chegamos bem em cima da hora do nosso show na Lapa, que foi nosso melhor show da tour em minha opinião. Tocamos com as bandas Sguardo Realta, Prisão Sem Muros, Plastic Fire e Shit With Corn Flakes. A galera que colou no show era bem legal, deu pra conhecer quase todos. O local era pequeno e comportava poucas pessoas, era bonito e meio rústico, tinha umas pinturas, usavam luz negra durante os shows e durante os intervalos entre as bandas ficava rolando uma discotecagem. Todo mundo ia pra pista dançar. Os shows foram muito legais e agitados, todo mundo interagiu, cantava, gritava e pulava, foi uma bagunça! Nesse show reencontramos nossos amigos de Brasília Lagarto e Pícaro, que apesar de terem dito que iam, não imaginávamos que eles iam mesmo! Foi uma surpresa. Mais metrô e conexão com trem após o show e fomos pra casa de Wellington. No caminho passamos numa frutaria, a que nunca fecha. Com muitas bananas e melancia subimos a enorme ladeira de Carapicuíba. A chegada foi de corpos muito quebrados e eu estava surda.

Domingo 11 de outubro | Passeio na Avenida Augusta. Encontramos-nos com os brasilienses na Soroko para tomar o super Milk-shake vegan, nos despedimos de Lagarto e pegamos mais metrô e mais ônibus rumo a Campinas para ver o show dos Ratos de Porão. Show incrível. Nunca havíamos visto o show deles e ficamos de boca aberta. Muito bom mesmo. Encontramos o nosso amigo Cauê, que também fazia tempo que não víamos. Assim que o show acabou corremos para a carreata que seguia de Campinas rumo a Bragança Paulista. Era o Velhote Móvel, Japonês car, Disco voador do Ete e o carro das Minas de Sorocaba. Saímos voando na esperança de pegar o show dos Estudantes no Cardápio Underground. Chegamos bem na hora do show, que de longe foi o melhor show visto na tour. Muita energia e suor, piscina de fluídos múltiplos na frente do palco, campeonato de patinação de tênis na madeira, power slides. Dançamos e gritamos muito com Os Estudantes. Alguns passos À esquerda e dormimos um sono delicioso na belíssima Escola de Música Jardim Elétrico.

Segunda-feira, 12 de outubro | Chega à hora do nosso show em Bragança Paulista, tocamos no Cardápio Underground, o local é muito foda. Havia exposições de vários artistas pelas paredes, nos banheiros, nas escadas, no chão, no teto... Tinha vídeo rolando também. Gostei do show, apesar dos erros e a perda de voz de Pedro, que tinha gritado demais no dia anterior. Tinha música que eu nunca havia tocado e cantado ao mesmo tempo, então rolou improviso. O local estava cheio, as pessoas interagiam e cantavam algumas músicas. Vou descrever o desfecho dessa noite, porque foi bastante engraçada. Saímos do local do show e fomos direto para Escola de Música Jardim Elétrico, que era onde estávamos hospedados. Chegamos quebrados e cansados. Um pouco antes havíamos descoberto que Pedro havia mandado a chave da escola, dentro da bag do seu baixo, junto com outros instrumentos para Campinas no carro de Ete. Ainda tínhamos a esperança de pegar a chave com outro professor, só que logo descobrimos que a chave dele estava trancada na escola. Então para a nossa dormida restou apenas o estúdio que fica na parte debaixo da escola. O espaço era Minúsculo dado a quantidade de pessoas que ali repousariam. Tivemos que dividir espaço com os instrumentos e outras tralhas que havia lá. Dormimos no chão gelado, apertadinhos: Mahatma Gangue, Renegades of Punk, Pícaro, Natiroots e um casal que agora esqueci o nome, mas são do grupo Tomate. O local parecia mais uma vala comum. Acordamos mais quebrados em uma noite que não foi boa.

Terça-feira, 13 de outubro | De manhã o Jardim Elétrico estava aberto, o São Chaveiro havia feito um milagre. Cedinho Quique e Velhote nos levaram pra rodoviária e pegamos um ônibus de volta para o Tietê. E OS DIAS 13 E 14 FORAM DE FÉRIAS ENTRE HOMENS E RATOS NA TERRA DA GAROA.

Quinta-feira, 15 de outubro | Chegamos a Campinas, na rodoviária, Cauê nos fez esperar um pouco e logo saímos pra comer e depois fomos pra loja do Ete. Lá nos encontramos com os Renegades of Punk e Pícaro, que tinha ido antes de nós depois do chá de cadeira que o demos no Terminal Rodoviário Tietê por causa da chuva. O show começava de meia noite, então fizemos hora na casa do Pipoca e os meninos foram pro Cauê. Ás 00:30 o show começa no famoso Bar do Zé com os Renegades of Punk. No bar do Zé acontecem exposições rotativas, dessa vez havia vários artistas e exposições de fotografias, também havia uma do Ete, umas peles de tambor que ele havia pintado. Depois dos Renegades, subimos no palco, o show foi maravilhoso. Depois do show nos arrumamos na nave do Ete em cima de alguns colchões e dormimos.

Sexta-feira, 16 de outubro | De manhã fizemos outra visita a Chop Suey Discos, loja do Ete, de onde partimos para ver a exposição Emoção Terror. Uma exposição de arte punk que estava acontecendo em um museu no centro de Campinas. Lá estavam às originais de diversos trabalhos que só conhecíamos por mini gravuras da internet, foi de encher os olhos. Almoçamos monstruosamente em um lugar que só pagamos R$ 3,00. Outra vez rodoviária, mais ônibus, mais despedidas e vamos para São Caetano. Horas e horas olhando pro Tietê e aqueles seres mal encarados presos no trânsito satânico.No terminal, nos esperava Xôpo, que nos levou ao local do show, Espaço Cidadão do Mundo. Lugar pequeno também, com o palco baixo, estilo pub. Tocamos com as bandas Eu Serei a Hiena, Tri-lambda e The Renegades of Punk, fomos os primeiros a tocar, tinha uma platéia legal, mas nos shows, só quem dançava era Mariano, que tive oportunidade de conhecer nessa tour. Fala, fala, fala, pula, grita, e a bateria não acaba. Após o show, saímos com os Renegades e uma galera pra outro show em SP, no Toy Lounge, um bar onde a água mineral custava mais caro que uma refeição. Tocaram os Renegades of Punk, uma banda que esqueci o nome e o Busscops, banda que também queria ver ao vivo. E o show foi fodástico!

Sábado, 17 de outubro |Nosso último dia de show. Estávamos na casa do Xôpo, acordamos quase na hora de ir para a Verdurada. Saímos ainda com chuva e caminhamos até o Inferno, que era o local da festa, o local tinha visu de pub meio stripper. Muito bonito também e era um inferno de quente. Os shows começaram com a banda Ralph Macchio, depois Mahatma Gangue e Renegades Of Punk tocaram. Na sequência veio a exibição do filme Still this Film. Depois tocaram DER e Bandanos, com shows destruidores e alguns ossos quebrados na platéia. Depois teve o lanchinho, que apesar de gostoso, não consegui comer, pois tinha algo que ardia demais, e a essa altura os seguranças do local já estavam expulsando todo mundo e saímos de lá direto para a despedida do super Milk-shake da Soroko.

Domingo, 18 de outubro | Marcamos nossas passagens de volta para segunda-feira, achando que íamos ver o show dos Fuzzfaces e Haxixins, só que uns dias antes descobrimos que o show foi cancelado. Ficamos para passear pela cidade cinza. Participamos da gravação da banda Prisão Sem Muros. À noite houve um show no Espaço Imprópio, um tributo ao Minor Threat, Pedro foi e segundo ele foi massa e teve campeonato de Totó. A dupla Pato e Mendigo levou a melhor. Quem levasse uma camisa em branco podia telar com o logo da banda.


Segunda-feira, 19 de outubro | Depois de uma tarde de compras na 25 de Março tumultuada e com chuva. Xopô nos leva até o metrô. Nos despedimos e seguimos rumo a estação Tatuapé para pegar ônibus para irmos para ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. 20:00 horas era a hora marcada e as 20:00 horas estávamos dentro do avião. Rumamos a Fortaleza. E assim nos despedimos da cidade cinza para sermos recebidos outra vez pelo doente Macarrão, que outra vez nos levou para tomar sorvete no Castelinho, nos levou ao Mata Gato e todas essas coisas que um turista punk sempre faz na capital do Ceará.

Texto por Ingrid Anajja.
Cartazes e Fotos por outras pessoas.


MAIS FOTOS EM: www.myspace.com/mahatmagang
MAIS VÍDEOS: www.youtube.com/semfuturo
ORKUT: MAHATMA GANGUE